Ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devem se reunir, nesta quarta-feira (29), com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), após a megaoperação policial nos Complexos do Alemão e da Penha, que deixou 64 mortos até o momento.
Devem integrar a comitiva o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o diretor-executivo da Polícia Federal, William Marcel Murad. O local e o horário da reunião ainda não foram definidos.
A decisão de enviar a comitiva foi tomada durante uma reunião de emergência comandada pela Casa Civil no Palácio do Planalto na última terça-feira (28).
A reunião no Planalto durou cerca de duas horas e ocorreu após declarações de Castro, que afirmou que o Estado tem atuado sozinho no combate ao crime. Participaram do encontro o presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira.
O governo busca definir uma estratégia de apoio ao estado e de resposta à crise de segurança pública no Rio. A avaliação no Planalto é que o momento também pode servir para impulsionar as discussões sobre a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança Pública no Congresso Nacional.
O Palácio do Planalto descarta, neste momento, avaliar um decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para que as Forças Armadas atuem no Rio de Janeiro.
Antes de ir ao Rio, Rui Costa deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros ministros.
A operação
Até o momento, foram confirmadas 64 mortes. Dentre os mortos, são 60 suspeitos, dois policiais civis e dois policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), segundo as forças de segurança do estado.
O número de letalidades em uma única operação é o maior já registrado no estado fluminense, com mais que o dobro da segunda operação com mais mortes, que ocorreu em maio de 2021, com 28 mortos no Jacarezinho, segundo o Geni/UFF (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense).
A operação conjunta das Polícias Civil e Militar mobilizou cerca de 2.500 agentes, com o objetivo principal de frear o avanço territorial da facção Comando Vermelho e cumprir uma centena de mandados de prisão contra criminosos nos Complexos do Alemão e da Penha. Dentre os alvos, 30 são de outros estados, com destaque para membros da facção no Pará, que estariam escondidos nessas regiões.
A ação policial é resultado de mais de um ano de investigação conduzida pela DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes).
“Foi uma operação planejada, que começa com cumprimento de mandado judicial, investigação de um ano e um planejamento de 60 dias, que o Ministério Público participou. Não é uma operação de alguém que acordou e resolveu fazer uma grande operação”, afirmou o governador Cláudio Castro
Até o momento, 81 pessoas já foram presas e 75 fuzis foram apreendidos.
A intensidade dos tiroteios também causou vítimas entre agentes e moradores. Três moradores foram vítimas de bala perdida e socorridos no Hospital Getúlio Vargas. Pelo menos outros dois policiais também estão feridos após serem baleados.
*Publicado por Douglas Porto
Por Por Brasília
Fonte CNN Brasil
Foto: CNN













