Agentes da PF (Polícia Federal) e auditores da CGU (Controladoria-Geral da União) foram às ruas nesta quinta-feira (13) para conduzir mais uma fase da Operação Sem Desconto, que investiga o esquema bilionário de descontos associativos não autorizados de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Quantos mandados estão sendo cumpridos?
Estão sendo cumpridos 63 mandados de busca e apreensão, dez mandados de prisão preventiva e medidas cautelares diversas da prisão em 14 estados e no Distrito Federal. O cumprimento das medidas foi determinado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Quem foi preso na operação de hoje?
O ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto — que chefiou a autarquia na gestão Lula (PT) — é um dos alvos de prisão preventiva. Já o ex-procurador-geral do INSS Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho se entregou à Superintendência da PF em Curitiba e foi preso. Sua esposa, Thaisa Hoffmann, também foi detida.
Também foram alvos de prisão Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como “Careca do INSS” — já preso na Papuda, em Brasília — e André Paulo Félix Fidélis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS.
Em outra frente, José Carlos Oliveira, ex-ministro do Trabalho e Previdência no governo de Jair Bolsonaro (PL), foi alvo de buscas e passou a usar tornozeleira eletrônica.
O que a PF apreendeu?
- No Maranhão, as autoridades tiveram acesso a um cofre recheado com notas de R$ 50 e R$ 100. O valor total encontrado ainda não foi contabilizado.
- Em Minas Gerais, foram confiscados maços com notas de R$ 10, R$ 50, R$ 100, além de dólares, munições e carregadores para armas de fogo.
- Em Goiás, os agentes da PF apreenderam um fuzil e uma pistola.
- Já em São Paulo e em Brasília foram confiscados veículos de luxo. Na capital paulista, um Cadillac modelo Escalade, cujo preço inicial é de cerca de US$ 96 mil (aproximadamente R$ 500 mil). Na capital federal, foi levado um Ford Mustang, comercializado no Brasil a partir de R$ 649 mil.
Presidente da CPMI celebra operação
O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), celebrou nas redes sociais a nova fase da Operação Sem Desconto.
“A prisão do ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, realizada hoje pela Polícia Federal, confirma exatamente aquilo que venho afirmando desde o início da CPMI dos Roubos dos Aposentados. O Brasil está diante de um esquema criminoso, profissional e profundamente organizado que saqueou aposentados, pensionistas, viúvas e órfãos por todo o país”, escreveu o parlamentar no X.
Viana destacou que a CPMI continuará progredindo. “Não haverá acordão. Não haverá proteção para criminoso, independentemente do cargo, da função ou da influência”, acrescentou o senador.
O que diz Stefanutto
Em nota, a defesa de Alessandro Stefanutto disse que não teve acesso ao teor da decisão que decretou a prisão do ex-presidente do INSS.
“Trata-se de uma prisão completamente ilegal, uma vez que Stefanutto não tem causado nenhum tipo de embaraço à apuração, colaborando desde o início com o trabalho de investigacao”, diz a defesa.
Segundo a nota, Stefanutto “segue confiante, diante dos fatos, de que comprovará a inocência dele ao final dos procedimentos relacionados ao caso”.
A CNN Brasil tenta contato com o ex-ministro José Carlos Oliveira. Caso haja retorno, esse espaço será atualizado.
Por Por Brasília
Fonte CNN Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil













