Em mais uma medida de enfrentamento à epidemia de dengue, o Governo do Distrito Federal (GDF) solicitou à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que os planos de saúde adotem o protocolo padrão de atendimento a pacientes com dengue recomendado pelo Ministério da Saúde, em virtude dos novos subtipos da doença. A diretriz prevê mais atenção aos sinais de alerta e ao grau de classificação de risco, além de acompanhamento continuado do paciente mesmo após a alta.
A necessidade de mais agilidade nas autorizações, a repetição de exames e as reinternações foram alguns dos problemas apontados pelos hospitais da rede suplementar durante reunião na última quarta-feira (13) com o governo. “Pedimos uma reunião com a ANS para que ela fizesse essa sensibilização aos planos de saúde, porque nós vamos precisar repetir exames, ter mais rapidez e fazer reinternações para que a gente possa salvar vidas”, avaliou a vice-governadora do DF, Celina Leão.
Em resposta à solicitação do GDF, a ANS anunciou que, na segunda-feira (18), será publicada uma recomendação técnica aos operadores de planos de saúde para a adoção do protocolo único de atendimento às pessoas com dengue – situação semelhante foi adotada durante a pandemia de covid-19.
“A ideia é elaborarmos um parecer técnico recomendando que todas as operadoras sigam os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, unificando o atendimento a todos os pacientes que venham a ser diagnosticados com dengue”, explicou o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello. O documento valerá para todo o Brasil.
A vice-governadora Celina Leão elogiou a ação da agência em acatar o pedido do governo. “Acho que, com esse gesto da ANS, vamos evitar procedimentos errados no Brasil inteiro e vamos salvar milhares de vidas”, comentou.
A presidente do Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas, Danielle Feitosa, também classificou a medida como essencial para a rede privada. “O protocolo do Ministério da Saúde foge um pouco do protocolo universal que seguimos na rede privada. Ele exige que faça a hidratação imediata do paciente, depois fica com os exames e, aí sim, após essa análise dos exames, passa para a internação. Se for um paciente menos grave, ele volta para casa e precisa ser reavaliado em 24 ou 48 horas. Isso foge realmente do nosso protocolo, inclusive, contratual. Por isso estamos alinhando esse novo protocolo. Estamos aqui para salvar vidas”, destacou.
Combate à dengue
O GDF tem adotado uma série de medidas de combate à dengue desde janeiro, quando foi decretado estado de emergência em saúde pública. A reunião de sensibilização com a ANS foi mais uma dessas ações. A solicitação ocorreu logo na quarta-feira (13), após reunião com os diretores dos hospitais particulares da cidade e o Ministério da Saúde, no Palácio do Buriti. Na ocasião, foi apresentado um manual com protocolos de manejo clínico e grau de classificação de risco de pacientes com dengue.
“A nossa percepção é que estamos lidando com algo novo usando métodos antigos. Precisamos reajustar e é isso que estamos fazendo todos os dias, tentando melhorar os procedimentos de ciência e de pesquisa preconizados pelo Ministério da Saúde”, completou a vice-governadora do DF.
Para enfrentar a doença, o governo adotou a ampliação do horário de atendimento das unidades básicas de saúde, a instalação de tendas de acolhimento e hidratação, os mutirões de limpeza e de atendimento médico nas regiões administrativas, a aplicação de vacinas para o público alvo de 10 a 14 anos, além da testagem e sequenciamento dos casos e dos óbitos da doença.
Por Adriana Izel da Agência Brasília
Foto: Lucio Bernardo Jr./ Agência Brasília / Reprodução Agência Brasília