A composição partidária das prefeituras e câmaras municipais das 11 cidades que compõem a Região Metropolitana do Distrito Federal, criada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), repercutiu na Câmara Legislativa (CLDF). A reportagem do Correio ouviu 22 dos 24 deputados distritais, para saber como eles enxergaram o resultado do pleito no Entorno e como ele deve afetar as eleições majoritárias, em 2026.
Chico Vigilante (PT)
“O PT não cresceu e nem diminuiu. Porém, acho que a esquerda precisa se estruturar melhor e ficar atenta às pautas que existem nas cidades da Região Metropolitana. Além disso, ela precisa sair da ‘armadilha’ criada pela direita, que é a discussão das pautas de costumes. A população do Entorno quer saber é de educação, saúde e segurança. Também não dá para aparecer somente em época de eleição, é preciso marcar presença o tempo todo.”
Daniel Donizet (MDB)
“Os partidos de centro-direita dominaram as prefeituras e câmaras municipais da região do Entorno e essa tendência deve permanecer para as próximas eleições, em todo o Centro-Oeste, assim como em todo o Brasil. Avalio o resultado como bastante positivo, pois a grande maioria dos candidatos que apoiamos saíram consagrados das urnas. Foi uma vitória, tanto dos partidos de centro-direita quanto da causa animal, que elegeu representantes em vários municípios.”
Eduardo Pedrosa (União)
“A direita está muito fortalecida no DF e na RIDE, como um todo. Em relação ao meu partido, vejo que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, ajudou muito para que nomes do União Brasil pudessem eleger-se no último domingo. Nossos candidatos eleitos trazem a força e a determinação necessárias para atuar em áreas fundamentais como infraestrutura, segurança e saúde. É preciso trabalhar em conjunto com esses prefeitos e vereadores eleitos.”
Fábio Félix (PSol)
“Houve um crescimento expressivo da direita tradicional e de uma parte da extrema direita, o que traz a urgência de organização do campo progressista para atuação no Entorno. Aqui no DF, temos trabalhado para a construção de um projeto coletivo que enfrente as candidaturas conservadoras e que derrote este governo elitista e inimigo do povo, além de lutarmos por um projeto radical de defesa do serviço público, dos direitos humanos e sociais.”
Gabriel Magno (PT)
“Os resultados poderiam ter sido melhores. Mas considero que foram piores para a extrema direita, que investiu muito e obteve resultados pífios. A exemplo do que aconteceu nas eleições em todo o país, houve um movimento do eleitorado mais ao centro, o que também é um dos reflexos, por exemplo, do orçamento secreto. Para o PT, foi um momento importante de reorganização, mais amplo do que em 2022, e que vai nos deixar mais preparados para 2026.”
Hermeto (MDB)
“Vejo como uma grande vitória do centro-direita, principalmente nas prefeituras. Acho que o cenário é muito positivo para o Distrito Federal, até porque o Entorno faz parte do dia-a-dia da nossa capital. Sendo do MDB, também fico muito feliz e satisfeito de ver que o partido está predominando na composição atual da Região Metropolitana.”
Iolando (MDB)
“É uma prova real de que há um movimento da direita, que quer mudança e transformação. Inúmeros prefeitos e prefeitas, de diversas legendas conservadoras, foram eleitos nesses municípios, mostrando o quanto a população está convencida de que o melhor é esse caminho, para melhorar a economia, a geração de emprego e o agronegócio. Para 2026, quando o país terá uma nova composição no Congresso, acredito que teremos essa mesma repercussão, por parte da população.”
Jaqueline Silva (MDB)
“As eleições no Entorno têm forte impacto no Distrito Federal, principalmente nos serviços públicos. A saúde e o transporte, por exemplo, são diretamente afetados. Os novos representantes desses municípios, tanto nas prefeituras quanto nas câmaras municipais, devem estar atentos às demandas e empenhados na busca pela resolução destes problemas.”
Joaquim Roriz Neto (PL)
“A nova composição do Entorno, sobretudo da Ride, deixa clara a insatisfação da população com a gestão da esquerda no Governo Federal. A direita venceu a eleição nos municípios que fazem divisa com o DF, reafirmando o desejo do povo de um trabalho voltado para o desenvolvimento das cidades, da nação e da defesa dos valores da família e da liberdade.”
Jorge Vianna (PSD)
“Os eleitores não estão se envolvendo nessa disputa de um lado ou de outro, ou seja, os candidatos que estão ganhando são aqueles que estão levando um discurso neutro. Quem está seguindo a linha do bom senso está ganhando. Isso se reflete, inclusive, no próprio PSD, que fez o maior número de prefeitos no país, justamente por ser um partido de centro. As pessoas têm que parar de achar que todos têm que estar na extrema direita ou extrema esquerda.”
João Cardoso (Avante)
“Minha análise do quadro político, após as eleições municipais, é positiva. Meu mandato é pautado num pragmatismo, voltado à construção de alianças que sejam capazes de responder às demandas do povo do Distrito Federal e do Entorno. Não enxergamos com a lógica que divide vencedores e derrotados, pois esse tipo de polarização não é boa. Por meio da comunhão, acredito que alcançaremos o desenvolvimento socioeconômico.”
Martins Machado (Republicanos)
“O resultado das eleições no Entorno deixou evidente a vitória da centro-direita e revelou que a população não foi atraída pela retórica da esquerda. No entanto, é importante reconhecer que o centro-direita não está unido, portanto, é preciso construir um diálogo constante, pensando nos desafios de 2026.”
Max Maciel (PSol)
“O Entorno é uma região que cresceu rápido e, por ser muito próxima do DF, acaba funcionando como dormitório para muitos. A esquerda tem demonstrado fragilidade ao não conseguir apresentar um projeto de cidade que dialogue com as demandas populares, deixando espaço para o avanço do centrão e da extrema-direita. O cenário atual reflete o quanto é necessário reorganizar os movimentos sociais e propor alternativas que se descolem das propostas conservadoras.”
Pastor Daniel de Castro (PP)
“A população mandou um grande recado, elegendo, quase que exclusivamente, candidatos de direita. O cenário ficou preparado para que, em 2026, a direita volte ao Palácio do Planalto. Das 11 cidades que compõem o Entorno do Distrito Federal, o PP conquistou uma expressiva representação nas câmaras municipais. Continuaremos trabalhando para fortalecer a representatividade e lutar pelas demandas da população do entorno do DF.”
Paula Belmonte (Cidadania)
“Avalio que a população mandou um recado claro sobre o esgotamento do modelo de política que ignora as tradições, a família e o respeito às liberdades. Tanto no Entorno, este ano, quanto aqui no DF, em 2022, o eleitor deu um recado claro: chega de extremismos, chega de demagogia às custas do dinheiro público. O caminho é combater a corrupção, fiscalizar o uso do dinheiro do contribuinte e defender o crescimento econômico com foco no empreendedorismo.”
Pepa (PP)
“O resultado das eleições no Entorno foi bastante positivo e reflete o trabalho contínuo de fortalecimento dos quadros do PP na região. Dos três candidatos que apoiamos, dois foram eleitos, o que mostra que estamos construindo um caminho sólido para a expansão do partido nas cidades do Entorno. Acredito que apoiar as prefeituras e as câmaras municipais é uma estratégia fundamental para dar mais voz ao Entorno. Fortalecer essa região é, ao mesmo tempo, fortalecer o próprio DF.”
Ricardo Vale (PT)
“As eleições no Entorno, assim como na maioria dos estados, demonstram o fortalecimento do centrão, especialmente PSD e União, que estão na base do governo federal. Mesmo assim, a esquerda e os partidos progressistas precisam ficar atentos. Para 2026, temos desafios, como fazer frente à rede de fake news comandada pela extrema-direita e garantir que as melhorias alcançadas pelo governo federal sejam comunicadas e percebidas pela população.”
Robério Negreiros (PSD)
“Ficou claro que o centro-direita prevaleceu. Agora, creio que a relação do Entorno com o Distrito Federal venha a melhorar, a partir de 2025, e que isso tenha uma continuidade nas próximas eleições, caso o campo ideológico se mantenha, em relação ao trabalho do atual governo da capital do país.”
Rogério Morro da Cruz (PRD)
“Acompanhei de perto as eleições em alguns municípios da Região Metropolitana e não tenho dúvida de que o resultado representou fielmente a vontade popular. Parabenizo a todos os eleitos ou reeleitos, desejando que façam um excelente trabalho nos próximos quatro anos, de maneira a atender as expectativas de suas comunidades, especialmente trabalhando em parceria com os Governos Estaduais (Minas Gerais e Goiás) e Distrital
Roosevelt Vilela (PL)
“As eleições no Entorno do DF reafirmaram a força da direita. É uma grande vitória, não só para os municípios, mas para todo o país que, aos poucos, irá se restabelecendo. A população percebeu que a esquerda não é o caminho para o desenvolvimento de uma nação e, essas eleições, claramente, demonstraram isso. Fico muito feliz com os resultados e, como representante da direita, tenho a certeza de que, em 2026, os eleitores do DF seguirão o mesmo caminho.”
Thiago Manzoni (PL)
“As eleições municipais revelaram de maneira muito clara a aderência do eleitor às pautas conservadoras. Nenhuma cidade do Entorno será governada pela esquerda e a vitória acachapante da direita aponta o destino que o DF e o Brasil devem seguir em 2026, nas eleições majoritárias.”
Wellington Luiz (MDB)
“No caso do MDB, nos aliamos a diversos partidos no Entorno, nessas eleições. A direita tem um protagonismo que se destaca, mas não quer dizer que a esquerda está ‘morta’. Mas nós, que somos centro, aproveitamos esse momento de dúvida entre os eleitores para crescer nas câmaras municipais. Fomos o terceiro partido com o maior número de vereadores eleitos, isso mostra o nosso potencial. Acredito que o resultado tenha certa influência, pois o Entorno se mistura com o DF.”
Por Arthur de Souza do Correio Braziliense
Foto: Divulgação/Sejus DF / Reprodução Correio Braziliense