Os estoques de sangue no Distrito Federal têm enfrentado uma baixa significativa nas últimas semanas. De acordo com a Fundação Hemocentro de Brasília, são esperados 180 doadores diariamente, mas o número está abaixo de 145, os tipos sanguíneos O-, O+, AB-, e A+ estão no nível “baixo”, e o tipo sanguíneo B- está no nível “crítico”.
A gerente de captação de doadores do Hemocentro, Kelly Barbi, explica que uma das razões para a pouca quantidade de doadores se deve aos feriados “São períodos que historicamente contribuem para uma diminuição no fluxo de doadores, como foi no caso do 7 de setembro e, agora, com o 12 de outubro”, explica a gerente.
Barbi comentou que a longa estiagem também contribuiu para a sazonalidade de doenças respiratórias, além dos sintomas clássicos que esse período reflete nas pessoas, como mal-estares, dores de cabeça, fraqueza, dentre outros. Esses sintomas levam a inaptidões temporárias, assim como o uso de antialérgicos, anti-inflamatórios e antibióticos.
Segundo a gerente de captação, ainda hoje existe uma dificuldade para desmistificar a doação de sangue. “Se todos soubessem, por exemplo, que doar é um gesto único, pois não há substituto para o sangue; e que é um procedimento totalmente seguro para o doador, seriam ganhos enormes para nós que temos como meta 180 bolsas/dia para atender todos os hospitais e pacientes que dependem de transfusões para a manutenção ou restabelecimento de seus quadros de saúde”, comentou a gerente.
Barbi destacou que durante os períodos críticos, o hemocentro possui estratégias para, a fim de garantir abastecimento de sangue integral da rede pública de saúde do DF, além de hospitais conveniados como SARAH, Hospital das Forças Armadas (HFA), Hospital Universitário de Brasília (HUB) e Hospital da Criança. “Há estratégias regulares de atuação como envio de e-mails; ligações telefônicas; mensagens de WhatsApp que, em períodos críticos, são intensificados para manter os níveis dos nossos estoques seguros”, explicou a gerente.
O professor de educação física, Gustavo Matias, levou os amigos Marcos Vinicius e Fábio Aquim, para doar sangue pela primeira vez e comentou sobre a importância de realizar a doação. “Nós vimos a propaganda na nossa academia, que os estoques estão baixos e decidimos nos juntar e vir doar. É muito importante, muita gente depende disso”, explicou o professor de educação física, que já doou sangue 2 vezes no hemocentro.
Segundo o empresário Marcos Vinicius, o processo para doar sangue é bem definido. “Tudo é bem explicado, tem até o folhetinho para você ler e não ficar desorientado sem saber quais são os processos que você vai passar”, comentou Vinicius.
Para doar sangue é necessário ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 51Kg, estar em bom estado de saúde, ter se alimentado bem, evitado fumar 2 horas antes e não ter ingerido bebida alcoólica 12 horas antes do procedimento. O hemocentro fica na quadra 3, conjunto A, bloco 3, próximo ao HRAN, e funciona de segunda-feira a sábado, das 7h às 18h.
Por Jornal de Brasília
Foto: AFP / Reprodução Jornal de Brasília