Primeira obra de arte feita por robô é leiolada por R$ 6,15 milhões

A obra é um retrato do matemático inglês Alan Turing, tem 2,2 metros de altura e foi intitulada "A.I. God"

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A primeira obra de arte criada por um robô humanoide foi vendida em um leilão pelo valor de US$ 1,08 milhão (R$ 6,15 milhões), nesta quinta-feira (7/11). A obra é um retrato do matemático inglês Alan Turing, tem 2,2 metros de altura e foi intitulada “A.I. God”. 

O autor é o robô ultrarrealista Ai-Da. O retrato ultrapassou o preço estabelecido pela casa de leilões Sotheby’s Digital Art Sale, de US$ 180 mil (R$ 1 milhão). A venda “é um marco na história da arte moderna e contemporânea e reflete a interseção crescente entre a tecnologia de IA e o mercado de arte global”, ressaltou a Sotheby’s.

“O valor-chave do meu trabalho é a sua capacidade de servir como catalisador do diálogo sobre as tecnologias emergentes”, expressou o Ai-Da, por meio da inteligência artificial. “Um retrato do pioneiro Alan Turing convida o público a refletir sobre a natureza divina da IA e da informática, considerando as implicações éticas e sociais desses avanços”, acrescentou.

O robô tem formato de mulher e é considerado um dos mais avançados do mundo. Foi projetado pelo especialista em arte moderna e contemporânea Aidan Meller. “Por se tratar de uma tecnologia, o robô Ai-Da é o artista perfeito para discutir o desenvolvimento atual da tecnologia e o seu legado”, contou ele. 

Entre as habilidades do Ai-Da está a capacidade de gerar ideias por meio de conversas com membros do estúdio. A ideia de criar um retrato de Turing, inclusive, foi ideia do próprio robô. Os membros do estúdio lhe perguntaram sobre o estilo, a cor, o conteúdo, tom e a textura que usaria. Depois, colocaram uma foto do matemático na frente das câmeras dos seus olhos e o robô produziu a pintura.

A criação do Ai-Da foi feita por especialistas em inteligência artificial das universidades inglesas de Oxford e Birmingham, liderados por Meller. De acordo com eles, Turing foi pioneiro da informática e criptógrafo durante a Segunda Guerra Mundial, e havia expressado suas preocupações relacionadas ao uso da IA já na década de 1950.

“Os tons apagados e os planos faciais quebrados” da obra parecem evocar “os problemas que Turing alertou que enfrentaríamos no gerenciamento da IA”, comentou Meller. O trabalho do Ai-Da é “etéreo e perturbador”, e “continua questionando aonde nos levará o poder da IA e a corrida global para aproveitar o seu potencial”, finalizou. 

Com informações da AFP

Por Yasmin Rajab do Correio Braziliense

Foto: AFP / Reprodução Correio Braziliense