A imagem de Paçoca agarradinha às costas da mãe, Pitica, cativa a quem quer que esteja por perto. Com apenas três meses de vida e nascida em cativeiro, a mais nova filhote de tamanduá-mirim do Zoológico de Brasília depende totalmente dos cuidados maternos. A pelagem de Paçoca é quase igual à de Pitica: laranja-vibrante e marrom-escuro, quase preto. Por isso, em alguns momentos, fica difícil identificar a bebê tamanduá, que se camufla no corpo da mãe.
A filhote de tamanduá, cujo pai é o Jujubo, foi apresentada ao público na última semana, e seu nome foi escolhido por meio de uma enquete. As outras opções eram Pipoca, Formiga e Castanha. Visitantes do Zoológico logo se animaram para conhecer a mais nova moradora. Porém, será preciso paciência. Quando a equipe do Correio esteve lá, mãe e filha estavam dentro da toca e, mesmo com horas de observação, apareceram entre troncos de madeira e folhagens, permitindo-se serem fotografadas uma única vez. Veja vídeo:
Nesta etapa da vida, Paçoca recebe ensinamentos diários de Pitica sobre como se alimentar, se cuidar e se proteger. Ela vai chegar à vida adulta, apenas quando tiver perto dos dois anos de vida. Em 2023, Pitica e Jujubo, tiveram outro filhote, chamado Amendoim.
O diretor-presidente do Zoológico, Wallison Couto, destaca a felicidade de presenciar o nascimento da nova tamanduá-mirim e enfatiza a importância do momento.”Esse é um evento que não apenas celebra a vida, mas também reforça nosso compromisso com a conservação das espécies e com a criação de um ambiente seguro e confortável para os nossos animais”, ressalta.
De acordo com Couto, o nascimento de Paçoca é o reflexo direto do cuidado, da atenção e das condições ideais proporcionadas aos nossos moradores, o que é fundamental para que eles se sintam à vontade para se reproduzir. “Este é um passo importante na conservação da espécie e na educação ambiental, pois, além de cuidar dos animais, o Zoo ajuda a conscientizar o público sobre a importância da preservação da fauna em seu habitat natural”, concluiu.
Rômulo Cristhian Nobre Farias, 23 anos, morador de Águas Quentes, passou o dia com as sobrinhas no Zoo e destacou a importância de o local ser uma manjedoura para novos bichos. “Isso é muito importante para chamar mais gente e cativar mais o público que vem. Há mais de 10 anos não visitava o zoológico e vi um monte de animais que não tinha antes, o que é muito legal. Definitivamente, vale a pena,” enfatizou.
Outras atrações
Macacos, leões, jacarés, cobras, pavões… São muitos os animais presentes no Zoológico de Brasília, desde pequenos roedores, como ratos, até grandes mamíferos, como o elefante, cada um no cercado apropriado para sua espécie. A moradora do Riacho Fundo II, Lara Beatriz Carlos Portela, de 8, passeava com a família observando os animais em seus habitats e contou que estava visitando o Zoológico pela segunda vez. “Estou gostando muito do passeio e dos animais daqui, principalmente da bebezinha”, disse.
De acordo com Leandro Drigo, coordenador de mamíferos do Zoo, os animais que estão perto de ter seus filhotes precisam de uma observação especial. “Quando temos fêmeas perto de parir, providenciamos um abrigo adequado à espécie dentro do recinto. No caso da Pitica, colocamos um cupinzeiro maior para que ela fizesse uma toca e se abrigasse, que é um comportamento natural”, explica.
Depois que o filhote nasce, a equipe observa se ele apresenta um comportamento normal e se consegue se manter agarrado à mãe. Drigo destaca que é necessário observar também se a mãe, que está amamentando, precisará fazer suplementação alimentar para garantir que ela se recupere do parto o mais rápido possível.
Além dos filhotes, alguns animais do Zoológico estão ingressando na vida adulta agora, como Café, um macaco-bugio da pelagem preta que completou um ano em dezembro de2024. De acordo com a assessoria do Zoológico, um animal deixa de ser filhote quando não depende mais da mãe, após cerca de um ano, dependendo do bicho.
Apesar de não ser considerado mais bebê e ter que se alimentar sozinho e cuidar de si, é possível notar o afeto que Café tem pela família, já que fica abraçado à mãe o tempo todo. E quando há muitos espectadores “indesejados”, o macaco se desprende dela e começa a gritar com o seu bando, para que os “invasores” se afastem. Isso porque os macacos-bugios são uma espécie muito protetora e territorialista, que não gosta que outro animal divida o mesmo local que eles.
Zoo Noturno
Quem gosta de novas aventuras pode participar do programa Zoo Noturno em um horário diferente do padrão. A experiência é acompanhada por educadores e técnicos, garantindo não apenas a segurança dos visitantes, mas também informações e curiosidades sobre os animais e seus hábitos noturnos.
São 120 vagas no total, mas, para este mês, elas estão esgotadas. O Zoo Noturno ocorre às terças e às quintas-feiras, às 19h, em grupos de 30 pessoas, e custa R$ 50. Os interessados podem enviar um e-mail, quando as inscrições abrirem, para o atendimento@zoo.df.gov.br.
*Estagiário sob a supervisão de Eduardo Pinho
Por Leonardo Rodrigues do Correio Braziliense
Foto: Divulgação/Zoológico de Brasília / Reprodução Correio Braziliense