Por Daniel Xavier
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O setor de serviços no Distrito Federal deu um salto expressivo em fevereiro deste ano, com alta de 9,2% em relação ao mês anterior. O crescimento foi tão relevante que colocou a capital federal como a terceira maior contribuição positiva para o desempenho nacional do setor, atrás apenas de São Paulo (5,7%) e Rio de Janeiro (5,5%). Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforçam o papel estratégico da economia brasiliense no cenário nacional.
O avanço no mês compensou a queda de 8,7% registrada em janeiro, reflexo da desaceleração natural após o forte desempenho de dezembro, impulsionado pelas festas de fim de ano. Em comparação a fevereiro de 2024, a alta no DF chega a 9,0%, acumulando crescimento de 5% nos últimos 12 meses.
Outro destaque do mês foi o turismo, que cresceu 1,2% na capital federal e manteve a curva ascendente dos últimos meses. O resultado posiciona o DF entre as dez unidades da federação com desempenho positivo no segmento, contribuindo para a expansão nacional do setor, que avançou 2,9% em fevereiro. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento do turismo brasiliense é ainda mais robusto: 8,7%, superando a média nacional de 7,3%. A retomada do setor, iniciada no pós-pandemia, segue em ritmo sólido, impulsionada pela oferta de eventos e melhora nas condições econômicas da população.
Comércio oscila, mas mantém fôlego
Apesar do bom momento dos serviços e do turismo, o comércio varejista do DF apresentou uma leve retração de 0,2% em fevereiro frente a janeiro. O recuo, no entanto, é interpretado como estabilidade, após resultados fortes no fim de 2024. No acumulado do ano, o setor ainda sustenta crescimento: alta de 5,3% no primeiro bimestre e avanço de 4,9% nos últimos 12 meses. Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido Freire, os números são reflexo direto da força empreendedora da capital. “No âmbito do comércio de bens, serviços e turismo, vejo o DF como um dos principais responsáveis por impulsionar esse resultado em nível nacional. Acredito que encerraremos o ano novamente com desempenho acima da média do país”, afirmou.
Freire ainda destacou a importância das ações voltadas à qualificação e bem-estar. “Continuaremos firmes na defesa das nossas pautas junto aos Poderes Legislativo e Executivo, com foco na expansão do Senac-DF e do Sesc-DF, por meio da formação de mão de obra qualificada e da melhoria na qualidade de vida da população”, declara.
Expectativas para o país
No cenário nacional, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta crescimento moderado para 2025. A expectativa é de alta de 4% no comércio varejista, 3,5% nos serviços e 5,5% nas atividades turísticas. A recuperação da renda e o baixo índice de desemprego são apontados como principais fatores para a retomada. Os dados de fevereiro reforçam essa tendência. A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE apontou aumento de 0,5% no volume de vendas do comércio varejista restrito, enquanto a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) registrou elevação de 0,8%.
Para José Roberto Tadros, presidente do Sistema (CNC), do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), os setores vêm demonstrando resiliência diante das incertezas externas. “Mesmo com os juros ainda elevados e as tensões no comércio internacional, os setores mostram capacidade de adaptação e resposta rápida à melhora das condições internas”, avaliou.
Segundo o economista João Vitor Gonçalves, da (CNC), as atividades turísticas devem continuar avançando, ainda que de forma mais gradual. Em fevereiro, o setor cresceu 2,8%, após leve retração em janeiro, impulsionado pela redução nos preços das passagens aéreas. “A taxa de desemprego baixa favorece as viagens, mas o enfraquecimento da economia pode limitar os gastos das famílias com lazer”, ponderou.
Por Jornal de Brasília
Foto: Daniel Xavier/Jornal de Brasília / Reprodução Jornal de Brasília