Comércio do DF espera aumento de 10% nas vendas com as festas de Halloween

Logistas destacam que a data, muito comemorada nos Estados Unidos, tem ganhado força em Brasília com o passar dos anos

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Comerciantes do Distrito Federal estão animados com a chegada do Halloween, celebrado em 31 de outubro. As vendas deste ano prometem superar as de 2023, com um crescimento de aproximadamente 10% em comparação com a edição passada. As lojas com as quais a reportagem contatou informaram que o brasiliense tem gastado entre R$ 100 e R$ 150, com produtos que vão de fantasias e perucas a maquiagens. Os doces também são muito procurados pela clientela. 

O diretor comercial da Cia. & Festa, Lucas Moura, contou que espera um boom nas vendas para o Halloween, pois é um período que vem ganhando força nos últimos anos. “Estamos percebendo um aumento da procura por festas e decorações a caráter. Esperamos um crescimento de até 10% em comparação

com o ano passado. Mas o poder de compra do brasileiro diminuiu, por isso procuramos levar mais clientes para a loja”, observou. O impacto em relação aos dias comuns também é algo ressaltado. “Nosso faturamento quase dobra”, acrescentou, dizendo que é o melhor período de vendas no ano.

As compras on-line fizeram o valor de alguns produtos ficarem mais baratos e difícil de manter o preço, disse Lucas. “Mas nessas épocas sazonais as compras, geralmente, são feitas em cima da hora, por isso não somos tão afetados pelas vendas na internet”, descreveu. O gosto do brasiliense não mudou muito e os itens seguem a regra de 2023. “Teias artificiais, kits de maquiagens e doces em geral. Acreditamos que as pessoas estão apostando menos em fantasias”, afirmou.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista), Sebastião Abritta, acredita que a data irá impulsionar e aquecer o comércio local. “Teremos várias festas em residências particulares, em escolas públicas e privadas, além de alguns eventos abertos ao público. Essa celebração, a cada ano, tem atraído mais jovens”, afirma. “Com a proximidade do pagamento do décimo terceiro salário e o encerramento do IPTU e IPVA, a expectativa para a data é ainda mais positiva”, acrescenta.

Compras

A busca por doces é vista na prática com Valéria Leite Memória, 70 anos, moradora da Asa Sul, que foi até a Cia. & Festa para comprar alguns para o neto. “Comprei muita coisa que ele gosta, como balas e chocolates. Tudo o que os pais não querem dar, mas nessas datas não faz mal”, brincou. “Eu sempre tento não deixar essas celebrações passarem em branco, porque sei que serão memórias que a criança guardará para sempre”, descreveu.

Valéria contou que espera gastar o menor valor possível. “Até
R$ 50 acho que é o suficiente, não pretendo passar muito disso. Como eu vou comprar apenas guloseimas, é um valor razoável. As fantasias e outras decorações é a própria mãe dele que faz, então é algo com o qual não me preocupo tanto”, pontuou.

Há mais de 10 anos no Sudoeste, a Bem Lindinha, loja de fantasias, espera um aumento de pelo menos 10% em comparação com o ano passado. A proprietária, Iolanda Martins, informou que muitas mercadorias se esgotaram. “A busca dos clientes por itens de Halloween tem sido muito grande. Os compradores têm gastado na faixa de R$ 150 a R$ 200”, disse. Fantasias e acessórios, como perucas, máscaras e maquiagens são os principais alvos dos clientes.

Iolanda agradece o carinho que o brasiliense tem tido com a celebração estadunidense. “O mercado tem crescido bastante. No meu estabelecimento, só fica atrás do carnaval — em relação às vendas — e isso é muito bom”, revelou. Indagada sobre a perda de clientes para a internet, ela respondeu: “Tento deixar os produtos por um valor similar aos on-line. Isso é bom para mim, pois, além do preço ser na mesma faixa, as pessoas ainda têm a opção de provar as fantasias”, explicou.

A opção de compra em uma loja física foi a escolha de Priscilla Borges, 34, que estava em busca de fantasias para os filhos, pois, no Dia das Bruxas, 31 de outubro, iriam a uma festa e pegar doces no condomínio. “As crianças ficam muito animadas na data, pois saem com os colegas batendo de porta em porta pedindo doces. Acho muito legal essa interação. Nossos vizinhos se fantasiam, decoram a entrada dos apartamentos, fica algo muito bacana. Este ano, não tive tempo de enfeitar minha residência, mas vou distribuir guloseimas”, disse.

Em relação aos gastos, Priscilla pretende investir aproximadamente R$ 200. “Não quero passar muito desse orçamento, estou pesquisando bem para gastar o menos possível. Também não quero comprar algo muito assustador para os meninos, pretendo fazer algo bem leve”, finalizou.

Raquel Rupp, 45, resolveu entrar na onda e, pela primeira vez, irá decorar a casa para o Halloween. “Minhas filhas estão pedindo essa festa, então vou conceder esse pedido. Estou pensando em comprar algumas teias de aranha, abóboras e morcegos. Como é algo para as crianças, não quero deixar muito horripilante; precisamos de um enfeite mais leve”, revelou, dizendo que não pretende gastar nada com fantasias.

Doces e comidas também são algo que Raquel pretende levar para o Dia das Bruxas. “Vou comprar algumas coisas para comermos. Estou vendo alguns alimentos bem chamativos e que parecem bons. Mas estou de olho no quanto vou gastar, pois não pretendo passar muito do orçamento, já que é algo sazonal. Acho que as meninas vão curtir bastante”, afirmou.

*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado

Por Luis Fellype Rodrigues e Mariana Saraiva do Correio Braziliense

Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press / Reprodução Correio Braziliense