ONGs do DF são acusadas de falsificação e têm repasses suspensos

Foram auditadas dez ONG, sendo sete do RJ, uma da PB e duas do DF

A Controladoria-Geral da Reunião realizou auditoria sobre as chamadas “emendas Pix” e sobre as emendas normais. O relatório apontou diversas irregularidades nos repasses de recursos de emendas ao Orçamento da União no período entre 2020 e 2024 e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) optou pela suspensão das emendas.

Foram auditadas dez ONG, sendo sete do RJ, uma da PB e duas do DF. Entre as duas ONGs do DF, existe o Instituto de Políticas Públicas Brasil Digital para a qual foram constatadas falhas graves, incluindo falsificação de documentos, combinação de propostas e sobrepreço na locação de equipamentos, como celulares e computadores.

As ONGs chegaram a pagar no aluguel dos celulares o equivalente a três vezes do preço de aquisição.

Outra ONG, chamada Associação Moriá, chegou a optar por um orçamento 315% maior para locação de equipamentos, ferindo os fundamentos o princípio da economicidade.

Veja esse trecho do relatório:

Para o aluguel de celular, a entidade pagou o valor, por equipamento, de R$ 2.570,00, para o período de dez meses. Esse mesmo aparelho pode ser adquirido por R$ 868,00, considerando a média de preços em sítios eletrônicos de lojas de varejo nacionais. (…) Quanto aos computadores, a entidade pagou, por equipamento, o valor de R$ 2.780,00, para locação no período de dez meses. Na pesquisa realizada pela equipe de auditoria, foi calculado o valor médio de aquisição de R$ 1.349,00, também em lojas de varejo nacionais. Isso significa que o valor pago pela entidade pelo aluguel, pelo período de 10 meses, corresponde ao dobro do valor de compra dos computadores.

Em agosto deste ano, Dino determinou a suspensão das emendas e decidiu que os repasses devem seguir critérios de rastreabilidade. O ministro também mandou a Controladoria-Geral da União (CGU) auditar os repasses realizados pelos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto.

Por Jornal de Brasília

Foto: Divulgação/CGU / Reprodução Jornal de Brasília