Advogados dos réus do chamado núcleo crucial da trama golpista já iniciaram a preparação para o julgamento que é considerado histórico. Além de decidir o destino do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado, o processo coloca em destaque a atuação e as estratégias de criminalistas renomados e também de outros ainda pouco conhecidos.
O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), marcou para o dia 2 de setembro o início do julgamento. A Primeira Turma terá sessões extraordinárias nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro para análise do caso.
Cada um dos advogados terá uma hora para rebater as acusações da PGR (Procuradoria-Geral da República). Embora o procurador-geral Paulo Gonet pudesse ter um tempo maior devido à quantidade de réus, segundo apurou a CNN, ele deverá usar o mesmo tempo das defesas, mantendo seu estilo sucinto.
Sob reserva, advogados dos acusados relataram que, desde que entregaram as alegações finais, já iniciaram a preparação para suas defesas na Primeira Turma da Corte, repassando a estratégia para buscar a absolvição ou, ao menos, reduzir a pena.
O treino inclui elaborar um roteiro dos principais pontos e repetir diversas vezes os discursos em voz alta.
O principal desafio, até mesmo para os criminalistas mais experientes, é conseguir rebater as acusações e apresentar os argumentos pela absolvição dos réus durante o tempo estipulado.
Reservadamente, advogados reconhecem que o peso histórico do julgamento aumenta o nervosismo ao fazer a defesa diante dos cinco ministros da Primeira Turma, com transmissão ao vivo.
A primeira defesa a falar será a do tenente-coronel Mauro Cid, por ter assinado o acordo de colaboração premiada. Ele é representado pelos advogados Cezar Bittencourt, Vania Adorno Bittencourt e Jair Alves Pereira.
Em seguida, os demais advogados falarão na ordem alfabética dos réus:
- Paulo Cintra – Alexandre Ramagem (deputado e ex-chefe da Abin)
- Demóstenes Torres – Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
- Eumar Novacki – Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Matheus Mayer Milanez – Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional)
- Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno – Jair Bolsonaro (ex-presidente)
- Andrew Farias – Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
- José Luís Oliveira Lima – Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil)
Depois da manifestação da PGR e das defesas, o ministro-relator Alexandre de Moraes é o primeiro a apresentar o seu voto. Em seguida, os demais ministros da Primeira Turma votam na seguinte ordem: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, Cristiano Zanin, que é o presidente do colegiado.
Por Por Brasília
Fonte CNN Brasil
Foto: Gustavo Moreno/STF