Brazlândia é uma das regiões do Distrito Federal com maior número de casos de dengue em 2023. De acordo com o Boletim Epidemiológico nº 12 , entre 1º de janeiro e o dia 25, a região registrou 851 casos prováveis da doença.
Diante desse cenário, o Governo do Distrito Federal (GDF) tem desenvolvido ações integradas entre órgãos para combater o mosquito Aedes Aegypti, que também transmite o zika vírus, chikungunya e a febre amarela (urbana). Uma dessas iniciativas ocorreu nesta quinta-feira (30), quando as equipes da Vigilância Ambiental e militares do Corpo de Bombeiros visitaram residências com vistorias e orientações para a população.
Moradora da cidade, Iady Barros, 65, ficou satisfeita com a força-tarefa empreendida pelas equipes.“Me sinto mais segura”, disse. “Eu morro de medo desse mosquito. Deu de tardezinha coloco repelente, amanheço no repelente. As pessoas têm que se prevenir igual eu faço, deixar tudo tampado. Um ajuda o outro; se eu quero o meu bem, quero o bem dos meus vizinhos. Recebo as equipes e acho muito bom, porque é um cuidado que eles estão tendo com a gente”.
Nem todos, porém, agem com o mesmo zelo de Iady. É o que conta o chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental de Brazlândia, Alessandro dos Santos: “Infelizmente, alguns moradores ainda têm aquele costume de estar acumulando água, guardando baldes, bacias, caixas-d’água no nível do solo, esperando a água da chuva cair para eles ‘economizarem’ água, e aí é que está o problema. Os bombeiros têm encontrado muitos focos durante o dia. A gente tem levado para as análises e constatado que são focos do Aedes aegypti mesmo”.
Ações educativas
O supervisor lembra que o problema não é acumular água, mas fazer o acondicionamento errado. “Se de alguma forma você tem a necessidade de estar acumulando água, que você tampe, guarde de forma que o mosquito não tenha acesso”, orienta. “Em baldes, bacias que não têm tampa, com certeza vai ter foco. O ideal é não ter água acumulada, porque nós estamos em Brazlândia, um local onde a gente tem saneamento básico, tem água todos os dias, raramente falta água aqui nessa localidade. Então, não há essa necessidade de estar acumulando água da chuva”.
De acordo com Alessandro, a Vigilância Ambiental tem trabalhado com ações educativas, por enquanto sem a aplicação de multas. O tenente Nivaldo Ribeiro, do Grupamento de Bombeiros Militar de Brazlândia, descreve como tem sido a abordagem nas casas da região.
“Vamos de porta em porta conversando com os moradores e informando as maneiras certas de evitar a proliferação do mosquito da dengue”, conta o tenente Nivaldo Ribeiro, do Grupamento de Bombeiros Militar de Brazlândia. “A abordagem é tranquila, o Corpo de Bombeiros vem atuando nessas regiões há muito tempo e a aceitação é boa. Pelo menos uma vez por semana, se a pessoa fizer uma vistoria no seu quintal, na redondeza, vai evitar a proliferação do mosquito. Se cada um fizer um pouquinho, acaba tornando a cidade livre do mosquito.”
Durante a visita, alguns focos foram encontrados em descampados próximos às residências e áreas de comércio, onde havia recipientes e pneus com acúmulo de água parada. Em outras vistorias, os servidores flagraram pessoas com bacias de acúmulo de água em áreas abertas da casa.
Os trabalhos de conscientização seguem nos próximos dias. Também haverá recolhimento de inservíveis com as equipes do SLU e apoio da administração da cidade, além aplicação de UBV pesado (fumacê) em diversas quadras da região.
Por Agência Brasília
Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde / Reprodução Agência Brasília