A vida do produtor rural André Luís Lima La Rosa deu um salto em pouco mais de sete anos, quando deixou a criação de cavalo crioulo no Rio Grande do Sul e decidiu se mudar para Brasília. Chegando à capital federal, adquiriu uma propriedade no Núcleo Rural Nova Betânia, no Jardim Botânico, e há dois anos decidiu investir na avicultura e instalou a granja La Rosa.
Ao optar pela criação de galinha poedeira, André buscou primeiro conhecimento em cursos, capacitações e assistência técnica da Emater-DF. Entre eles, os cursos de Formação em Avicultor, em São Paulo, de Boas Práticas de Fabricação e Como Montar uma Agroindústria, ambos promovidos pela Emater. “Já que era para fazer, decidi que tinha de fazer a coisa certa. Fui buscar conhecimento e fiz todos os cursos compatíveis com a parte de avicultura. Eu fui me programando e condicionando para adquirir mais conhecimentos para poder ter uma produção de sucesso”, afirma André La Rosa.
A granja La Rosa conta, atualmente, com 300 galinhas poedeiras da espécie Embrapa 51. Esse plantel produz, atualmente, 240 ovos por dia. Com o registro da granja na na Diretoria de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal e Animal (Dipova) da Secretaria de Agricultura do DF (Seagri-DF), André já pode comercializar a produção para mercados e lojas do setor.
“Todo produtor rural toma a grande decisão de saber o que ele quer da avicultura: criar galinha para produção de ovos, para comer ou de dupla aptidão. A partir daí, a gente vai sempre aprendendo sobre sanidade, ambiência dos animais, vacinação. É preciso começar pequeno para ir aprendendo, pois, a avicultura exige todo um controle e dedicação diária com os animais”, disse André La Rosa.
Assistência técnica
Além dos cursos e capacitações para se tornar um ótimo avicultor com a marca de zero perda no seu plantel, André La Rosa contou, ainda, com uma importante aliada: assistência técnica e extensão rural continuada gratuita dos profissionais da Emater-DF. A gestora de avicultura Camila Ribeiral ajudou André com as orientações necessárias para a instalação do galpão de produção, como tamanho e estrutura, escolha da pintainha Embrapa 51 e todo o processo de criação, que envolve a vacinação, sanidade, tipo de cama, controle da água e alimentação. Em seguida, a Equipe Especializada em Agroindústria da Emater-DF entrou em campo. O extensionista rural Paulo Álvares foi o responsável por acompanhar e conduzir o processo de formalização da Granja La Rosa.
“A Emater-DF foi quem viabilizou o registro da minha agroindústria de pequeno porte de ovos na Dipova-DF. Começamos a conversar e o Paulo me apresentou um projeto pioneiro com uma planta pré-aprovada. Daí, vi a oportunidade passando na minha frente, agarrei com as duas mãos e hoje é uma realidade”, conta La Rosa.
Segundo Paulo Álvares, é preciso ressaltar o trabalho anterior à formalização da agroindústria, que é uma consequência do crescimento da produção. “Teve um trabalho inicial em que foi implementada a qualidade do ovo. Com isso, surgiu a necessidade de comercializar essa produção por meio de uma agroindústria e culminou de ser num momento em que a metodologia de planta pré-aprovada tinha acabado de começar, o que agilizou todo um processo que geralmente é longo”, afirma o extensionista.
Sem essa metodologia, o produtor tem que vencer etapas que passam pela apresentação de propostas de plantas que se adequam às necessidades, às exigências da legislação e cada passo até ser aprovado pela Dipova. Dessa forma, a escolha pela planta pré-aprovada quebra toda uma etapa demorada. De acordo com o extensionista rural, as fases mais difíceis são a construção da estrutura e o levantamento de toda a documentação exigida, que a Emater auxilia minuciosamente.
“Fico muito lisonjeado em saber que fui o primeiro produtor formal de granja avícola de pequeno porte do DF, uma vez que tem tanta gente no mercado e só eu consegui o registro. O que me coloca numa condição privilegiada para fornecer para o mercado local, pois quase todo o ovo vendido em mercados vem de outras cidades”André La Rosa, avicultor e dono da granja La Rosa
Para a analista de Desenvolvimento e Fiscalização Agropecuária da Dipova-DF, Maíra Barbosa, a celeridade no processo de registro do estabelecimento Granja La Rosa só foi possível porque desde 2021 vem sendo realizado um trabalho conjunto entre Seagri e Emater com o intuito de ter plantas modelo pré-aprovadas junto à Dipova.
“Com isso, os estabelecimentos que realizassem a construção de acordo com os modelos aprovados não precisariam passar pelas análises completas de plantas e memoriais, o que costuma demandar mais tempo, tanto para a análise por parte do órgão distrital, como para as devidas adequações por parte do estabelecimento. Como a Granja La Rosa solicitou o registro baseado na Planta Modelos de Entreposto de Ovos, as análises foram reduzidas. O estabelecimento também respondeu às solicitações do serviço de inspeção de forma rápida, dessa forma o registro pode ser concedido em tempo recorde”, informou Maíra Barbosa.
Comercialização
O próximo passo, também acompanhado pela Emater, é a fase da comercialização para que o crescimento da produção seja sustentável e tenha uma boa gestão financeira. Esse processo é desenvolvido pela gerência de Comercialização da Emater-DF. Somente agroindústrias registradas podem fornecer para mercados e supermercados. André La Rosa é, atualmente, o único produtor rural do DF com granja avícola de pequeno porte já registrada na Dipova.
“Fico muito lisonjeado em saber que fui o primeiro produtor formal de granja avícola de pequeno porte do DF, uma vez que tem tanta gente no mercado e só eu consegui o registro. O que me coloca numa condição privilegiada para fornecer para o mercado local, pois quase todo o ovo vendido em mercados vem de outras cidades. Por isso, estou construindo meu segundo galpão, pois quero aumentar meu plantel para mil aves e ter uma produção diária de 800 ovos. Dessa forma, poderei ampliar a rede de clientes e tornar a produção autossustentável”, informou André.
A planta usada pelo produtor André La Rosa tem capacidade de receber até 3.600 ovos diariamente, capacidade permitida pela legislação do DF para agroindústria de pequeno porte de ovos.
*Com informações da Emater
Por Agência Brasília
Foto: Emater/ Divulgação / Reprodução Agência Brasília