GDF começa a aplicar vacina contra a dengue em jovens de até 14 anos

Com a baixa procura pela Qdenga, o GDF ampliou a faixa etária para imunização, que antes era de 10 a 11 anos

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A dengue tem avançado cada vez mais no Distrito Federal e ultrapassou 120 mil casos confirmados, com 78 óbitos, além de outros 84 sob investigação, de acordo com os dados do último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde (SES-DF), na última segunda-feira. Diante desse cenário e da baixa procura pela vacina Qdenga, o Governo do DF (GDF) ampliou, ontem, a faixa etária para imunização, que antes era de 10 a 11 anos e agora se estende a jovens até 14 anos.

O público interessado em tomar a Qdenga pode procurar uma das Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Ao todo, são 81 salas de atendimento com equipes preparadas para aplicar o imunizante na capital. Na UBS 1, do Cruzeiro, o atendimento a jovens de até 14 anos já está ocorrendo. A funcionária pública Denise Sander, 49 anos, levou a filha Maria Fernanda Sander, 12, ao local depois que ficou sabendo do aumento na cobertura vacinal. “Eu fico aliviada em ela ter conseguido tomar. A gente estava aguardando esse momento e quando ficamos sabendo que abriu, viemos correndo”, conta a mãe. “Eu me sinto muito bem e aliviada e não doeu nada”, relata Maria. 

Franci Alencer, 42, levou o filho Orion Luis Teixeira, 14, para garantir o imunizante. “Eu estava muito preocupada com ele. Quando vi no jornal sobre o aumento na faixa etária, isso me aliviou porque ele não gosta de ficar passando repelente”, conta. Orion estava animado por participar da campanha de vacinação. “Foi tranquilo e não doeu. Estou muito feliz”, afirma o jovem. 

Desde o início da campanha, o Distrito Federal recebeu 71.708 mil vacinas. Até o momento foram aplicadas 33% das doses, totalizando 25.310 vacinas. As doses remanescentes vencem em 30 de abril, por isso a importância de os pais e responsáveis procurarem as unidades de atendimento para vacinar as crianças e adolescentes.

A taxa de incidência da doença é classificada como alta em 28 Regiões Administrativas. Por ordem, foram registrados mais casos em Brazlândia, seguida por Estrutural, Varjão, Sol Nascente/Pôr do Sol, Santa Maria, Ceilândia, São Sebastião, Fercal, Sobradinho I, Gama, Arapoanga, Itapoã, Riacho Fundo I, Candangolândia, Sobradinho II, Taguatinga, Vicente Pires, Guará, Cruzeiro, Paranoá, Núcleo Bandeirante, Lago Norte, Planaltina, Samambaia, Plano Piloto, Água Quente, Riacho Fundo II, Recanto das Emas e SIA.

Em debate no Correio Braziliense na última quinta-feira, a secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, destacou que, até a segunda quinzena de março, os casos de dengue no DF devem se estabilizar. “Isso é próprio da sazonalidade da doença. Agora estamos passando pelo máximo. Do ponto de vista epidemiológico, é prevista uma estabilização em abril e devemos vivenciar uma redução”, disse a gestora.

A dengue é doença viral. O tratamento é focado no alívio dos sintomas, por meio de prescrição de antitérmicos, ingestão de líquidos e repouso. O paciente normalmente tem febre acima de 38 graus, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Recomendações

Os pais ou responsáveis devem comparecer com documento de identificação da criança ou adolescente e a caderneta de vacinação. Caso a pessoa tenha pego dengue recentemente, é necessário esperar o período de seis meses para iniciar o esquema vacinal.

Todas que tomarem a primeira dose devem retornar a um local de vacinação 90 dias depois, para receber a segunda dose. Se houver contaminação por dengue após a primeira dose, deve-se manter a data prevista para a segunda dose, desde que haja um intervalo de 30 dias entre a infecção e a segunda dose.

A SES-DF ressalta que a Qdenga não é indicada para pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida, incluindo aqueles em terapias imunossupressoras, com infecção por HIV sintomática ou com evidência de função imunológica comprometida, e para pessoas com hipersensibilidade às substâncias listadas na bula. Também está vetada a gestantes e mulheres em fase de amamentação.

Por Mariana Saraiva do Correio Braziliense

Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press / Reprodução Correio Braziliense