GDF investiu R$1 bilhão do orçamento em ações sociais em 2024

No CB.Poder, a titular da pasta comemorou o aumento de recursos disponibilizados pelo GDF, o que permitiu ampliar o número de famílias beneficiadas. Ela também destaca a queda na insegurança alimentar e nutricional dos brasilienses

No CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília —, a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, celebrou a marca de R$ 1 bilhão investidos pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em ações sociais em 2024. Às jornalistas Ana Maria Campos e Sibele Negromonte, ela comentou sobre o papel dos restaurantes comunitários no combate à insegurança alimentar e sobre as novas medidas para impedir defasagem de pessoas que marquem atendimentos nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).

Em 2024, o Governo do Distrito Federal investiu um bilhão de reais em ações sociais. Em que esse dinheiro foi investido? 

Todos os anos, a gente tem feito um balanço das ações do ano anterior. Eu confesso que até me surpreendeu, porque por mais que a gente faça as ações ao longo do ano, quando a gente coloca isso compilado, a gente percebe o quanto tem avançado. Em 2020, o GDF investiu na Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) em torno de R$ 500 milhões e, em 2024, ultrapassamos um bilhão de reais. Isso também demonstra a responsabilidade que eu preciso ter para gerir todo esse orçamento. Nós temos os programas sociais desde 2020 e fomos ampliando o número de beneficiários de famílias. Em 2024, houve uma grande ampliação nas refeições dos restaurantes comunitários. Dos nossos atuais 18 restaurantes, 13 já estão com café da manhã a R$ 0,50, almoço a R$ 1 e jantar a R$ 0,50. Com R$ 2, garantimos as três principais refeições do dia à população mais vulnerável. Desde 2019, tínhamos oferecido 6 milhões de refeições e, em 2024, ultrapassamos 14 milhões.

Como a senhora vê essa relação dos restaurantes comunitários com a insegurança alimentar?

Na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), com resultados de 2024, percebemos uma elevação do índice de segurança alimentar e nutricional no DF de 9,2%, bem acima da média nacional.

Qual é o plano para ampliar para três refeições diárias em todos os restaurantes?

Foi uma determinação do governador Ibaneis Rocha (MDB) que, até o final do mandato, tivéssemos todos os restaurantes servindo as três refeições. Estamos preparando as licitações dos restaurantes que ainda não foram ampliados e, até o final de 2025, pretendemos que os 18 estejam com ampliação garantida. Pela primeira vez, a Sedes tem servidores efetivos que são nutricionistas, e nós os distribuímos em todos os restaurantes para garantir um cardápio adaptado, com proteína e carboidrato balanceados, para que as pessoas tenham refeições mais nutritivas.

Existe a expectativa de ampliação para outras RAs?

Sim. Nossa intenção é de que haja um restaurante em cada RA. Mas, conforme o orçamento disponível, priorizamos as regiões com maior índice de insegurança alimentar e nutricional, como foi o caso do Varjão, Samambaia Expansão, Sol Nascente e Arniqueiras, onde construímos e inauguramos restaurantes nos últimos anos. A próxima deverá ser Ceilândia. Como é uma cidade muito grande, provavelmente colocaremos mais um restaurante lá.

É verdade que uma grande parte das pessoas que se inscrevem para o atendimento nos CRAS não comparece?

Temos uma taxa de abstenção em torno de 30% entre aqueles que conseguem um agendamento pelo telefone 156 ou pelo site, mas não comparecem ao CRAS. São mais de 4 mil atendimentos por mês. Isso significa que, com 30% de abstenção, 4 mil famílias deixam de ser atendidas porque outras não comparecem ao seu agendamento. Diante disso, fizemos um estudo e conseguimos implementar um sistema em que o GDF envia uma mensagem cinco dias úteis com antecedência. Todos os dias, essa mensagem será disparada para que a família possa confirmar ou cancelar seu agendamento, permitindo que outra seja encaixada no horário vago.

O que, na sua avaliação, motiva essa ausência?

Acho que são diversos fatores. Alguns trabalham, outros têm crianças e não têm com quem deixá-las. Além disso, há o próprio esquecimento, já que o agendamento pode ser feito com bastante antecedência. Por isso, essa mensagem enviada cinco dias antes deve ajudar bastante. 

*Estagiário sob supervisão de Patrick Selvatti

 Por Henrique Sucena do Correio Braziliense

Foto:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press / Reprodução Correio Braziliense