A crise no atendimento neonatal da rede pública do Distrito Federal ganhou um novo capítulo. Na última sexta-feira (7/3), a diretoria do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) enviou um ofício para a Superintendência da Região de Saúde Central da Secretaria de Saúde, alertando sobre a superlotação no Centro Obstétrico da unidade.
De acordo com o documento, a situação está prejudicando o andamento dos serviços na unidade e colocando em risco de morte as mães e os bebês. Ainda segundo o documento, a capacidade máxima do centro obstétrico é de cinco parturientes e está com 15 pacientes internadas, entre puérperas e parturientes.
O ofício também destacou que o cardiotocógrafo — equipamento que serve para avaliar batimentos cardíacos dos fetos e contrações das mães — estava quebrado e sem papel. A diretoria do HRAN pediu urgência para que a Secretaria de Saúde avalie e tome providências o mais rápido possível.
Situação controlada
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde informou que a situação no Centro Obstétrico (CO) do Hospital Regional da Asa Norte está estável. De acordo com a pasta, atualmente, 22 puérperas/parturientes estão internadas na maternidade — cuja capacidade é de 26 pacientes — e não no Centro Obstétrico.
Ainda segundo a pasta, neste momento, não há nenhuma paciente em trabalho de parto internada no CO do HRAN e há seis puérperas em observação pós-parto, que serão direcionadas à maternidade ao longo do dia. Todos os recém-nascidos receberam assistência integral, não havendo necessidade de suporte de UTI neonatal, durante o fim de semana.
A Secretaria de Saúde também disse que todos os recursos para avaliação materna e fetal estão disponíveis na unidade e que o problema do cardiotocógrafo foi resolvido.
“Está em andamento um plano de ação para a ampliação dos leitos da maternidade, otimizando o fluxo de pacientes do Centro Obstétrico e evitando a superlotação na unidade, além do reforço na escala dos servidores — médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros profissionais”, ressaltou a nota.
Por Arthur de Souza do Correio Braziliense
Foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press / Reprodução Correio Braziliense