Rios de Goiáis têm indícidios de contaminação após desabamento de aterro

A Secretaria de Meio Ambiente de Goiás proibiu o uso e o consumo de água contaminada pelo desabamento do aterro sanitário Ouro Verde, no munincípio de Padre Bernado

O uso e o consumo da água contaminada pelo desabamento do aterro sanitário Ouro Verde, no munincípio de Padre Bernado, foram proibidos. É o que determina portaria assinada pela secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Goiáis (Semad-GO), Andréa Vulcanis. A proibição é por tempo indeterminado e vale em todo o terrirório, desde o local do desabamento até o Rio do Sal. 

Segundo a pasta, a região montanhosa onde a pilha de lixo desabou também atingiu o curso da água do Córrego Santa Bárbara. Apesar de não fazer parte do abastecimento público de água da região de Padre Bernardo, a contaminação dos locais inviabiliza o uso da água para o consumo humano e para artividades agrícolas e de piscicultura na região. 

Na sexta-feira (20/6), a Semad divulgou resultados preliminares da análise da água do córrego Santa Barbara, que detectou alterações significativas nos parâmetros de condutividade, salinidade e presença de sólidos totais dissolvidos — indicador da qualidade da água, onde concentrações elevadas podem afetar o sabor, odor e potencial para causar problemas de saúde. 

Em nota na rede social da secretaria, foi destacado que a tentativa de fechar o aterro ocorre há pelo menos cinco anos. “A Justiça estadual e federal, desde então, concedem decisões liminares que autorizam a seguir em operação”, afirmou. 

Como procedimento administrativo, a Semad-GO interditou o local e proibiu que novos carregamentos de lixo do município sejam despejados no aterro sanitário. Segundo a secretaria, há risco de novos desabamentos, uma vez que o solo está instável.

Relembre o caso

O aterro sanitário Ouro Verde, localizado a cerca de 9km de Brazlândia, desabou na manhã de quarta-feira (18/6), após não resistir à quantidade de resíduos depositados. Segundo informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), o aterro foi instalado irregularmente em Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio Descoberto, no município de Padre Bernardo (GO). 

Em funcionamento há pelo menos seis anos, o local, que recebe resíduos sólidos coletados de Padre Bernardo e Cristalina, já havia sido multado em 2018, mas em 2023 voltou a operar. “A fiscalização do ICMBio voltou ao local, apreendeu três caminhões, aplicou nova multa, aogra no valor de cerca de R$ 1 milhão e embargou a área”, afirmou o ICMBio em nota.

Ainda segundo a pasta, o local, que ocupa uma área de mais de 10 hectares, também já foi alvo de autuações, embargos e processos por operar sem autorização, lançando resíduos de forma irregular e causando danos ao meio ambiente, além de ser alvo de denúncias de vazamento de chorume e contaminação de água e animais. 

Por Por Brasília

Fonte Correio Braziliense       

Foto: Reprodução/Floresta Nacional de Brasília