Bicicletas compartilhadas ganham força no DF

Segundo pesquisa, se não fossem pedalados, 56% dos trajetos realizados com as bikes seriam feitos por automóveis na capital federal

As bicicletas compartilhadas têm ganhado cada vez mais espaço entre os brasilienses. Os dados de uma pesquisa da Tembici – empresa de bikes compartilhadas – revelam que se não fossem pedalados, 56% dos trajetos realizados com essas bicicletas seriam feitos por automóveis no Distrito Federal. Além do mais, 49% dos entrevistados no DF afirmam que as bikes são mais rápidas e práticas que os demais meios de transporte.

Conforme a pesquisa, 38% dos brasilienses afirmam que as bikes compartilhadas são mais econômicas do que os demais meios de transporte, outros 36% afirmam que as bicicletas são mais sustentáveis do que os outros modais. A saúde também é um ponto primordial para o uso das bicicletas, sendo avaliada por 35% dos entrevistados como mais saudável que os automóveis. Para 29% das pessoas que participaram da pesquisa no DF, as bikes promovem mais liberdade e independência.

A maioria dos brasilienses (70%) que usam as bicicletas compartilhadas pedalam em trajetos diários como ir e voltar da faculdade, escola, academia e trabalho. Outros 67% usam as bikes como forma de lazer e 48% como atividade física. Dos entrevistados, 46% combinam o uso das bicicletas com o transporte público, 44% com uma caminhada para chegar ao seu local de destino, 27% com corrida por aplicativo ou motocicleta e 16% usam apenas as bikes para chegar ao seu local de destino.

Para o coordenador de Comunicação da Tembici, Roni Silva, os dados mostram que os brasilienses valorizam e buscam ter mais praticidade para se locomover: “Entendo que a constatação pode soar curiosa, pois costumamos comparar a velocidade da bicicleta com veículos automotores. Entretanto, apesar do automóvel ser comumente apontado como um meio de transporte funcional, é importante ressaltar que os motoristas precisam enfrentar congestionamentos diários e perdem um tempo considerável na tentativa de percorrer poucos quilômetros. Inclusive, segundo um levantamento do Barcleys, em mais de 60% das viagens realizadas por automóveis em grandes centros urbanos percorre-se entre 2,5 e 5 quilômetros. Isso quer dizer que a maior parte dos deslocamentos urbanos realizados por carro, poderiam ser feitos com bicicletas”.

Além do mais, 69% dos brasilienses entrevistados não possuem bicicleta própria e só utilizam as bicicletas compartilhadas para se deslocar, já 31% possuem bike, mas também usam as compartilhadas. “Esses números do levantamento feito pela Tembici nos permitem analisar a praticidade buscada pelos brasilienses sob outra perspectiva. O fato de que a maioria das pessoas entrevistadas não têm uma bicicleta própria e costumam usar o sistema de bikes compartilhadas mostra que a população não quer ter que se preocupar com aspectos associadas com a bike própria, como: ter que desembolsar um montante para adquirir uma bicicleta, para realizar as revisões necessárias ou até mesmo pagar por um seguro específico”, comentou Silva.

“A bicicleta já é fortemente conhecida como um modal para lazer e atividade física, mas é importante ver que em Brasília o sistema compartilhado também tem sido muito importante para trajetos diários, cumprindo com sua importância para deslocamentos diversos. As estações com maiores índices de retiradas e devoluções são do Parque da Cidade e Funarte, devido ao fluxo de práticas de exercício físico e lazer, visto que estão próximas a um dos maiores parques urbanos do mundo, o que mostra a importância do sistema para a promoção de saúde e bem-estar”, acrescentou o coordenador da Tembici. A pesquisa foi realizada com os usuários das bicicletas compartilhadas, entre maio e junho de 2024. Em todo o país, cinco mil pessoas responderam ao levantamento.

O Jornal de Brasília foi até o Parque da Cidade acompanhar o movimento do uso das bicicletas compartilhadas, e encontrou alguns usuários do modal, como o casal Viviane Souto, 20 anos, dona de casa e Fellipe Souto, 23 anos, militar da ativa: “Meu esposo está em casa de férias, então decidimos aproveitar o dia, e é muito gostoso andar de bicicleta. Para quem não tem bicicleta, como a gente, é uma boa opção. Acredito que usaria também a bicicleta para fora do lazer, até porque você pode cortar da vida a academia, você consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo, já vai para o trabalho praticando exercício físico”, comentou Viviane.

Fellipe pensa como a esposa, e aprovou a primeira experiência com as bikes compartilhadas: “Fazer uma atividade física é sempre bom, nesse período de férias com o neném estava um pouco de lado o lazer, então decidimos vir ao parque aproveitar o dia. A bicicleta pode ser usada tanto para lazer, como para trabalho. Ela é o meio de transporte mais adequado para nós, evita trânsito e é tranquila para andar, principalmente essas de aluguel, que é só ir lá alugar, utilizar e devolver, bem simples”.

As amigas Isabella Ribeiro, 19 anos, e Mikaella Kaori, 19 anos, começaram a utilizar as bicicletas compartilhadas há três semanas para exercício físico, e já aprovam o modal: “Antes eu não pedalava, então começamos a usar as compartilhadas para lazer e atividade física. Nós já pegamos o hábito de vir de manhã. A bicicleta é melhor para saúde, e às vezes até na questão do tempo”, disse ao JBr, Mikaella.

Já Isabella, também gosta das bikes compartilhadas, mas acredita que deveria ter mais pontos na cidade com as bicicletas: “Criar um hábito saudável para o dia a dia é muito bom, e a questão da mobilidade urbana fica melhor por conta do trânsito. Um problema é que não tem ciclovia em todos os pontos de Brasília o que torna um pouco perigoso, fora isso é bastante prático. Se tivesse mais pontos de bicicleta seria mais prático também, em um sábado mesmo que a gente veio não tinha bikes aqui no Parque da Cidade, todas estavam ocupadas. Nós moramos em Vicente Pires, e lá também não tem”.

As 10 estações com maior número de deslocamentos em Brasília são:

Parque da Cidade SRTVS

Funarte

CLSW 101

Parque Bosque do Sudoeste

Parque da Cidade Sudoeste

CLSW 103

Rodoviária Oeste

Memorial JK

Metrô 108 Sul

CLN 406 L2 Norte

Por Carolina Freitas do Jornal de Brasília

Foto: Carolina Freitas/Jornal de Brasília / Reprodução Jornal de Brasília